Banzeiro da Esperança encerra expedição após 20 dias e entrega propostas de comunidades à COP30

  • 20/11/2025
(Foto: Reprodução)
Lideranças indígenas e ribeirinhas participam da COP30 e levam voz da Amazônia a debates climáticos. Patrick Marques, g1 AM A expedição Banzeiro da Esperança encerrou as atividades nesta quinta-feira (20), em Belém, após quase 20 dias de viagem pelos rios da Amazônia levando lideranças indígenas, ribeirinhas e representantes de comunidades tradicionais para participar da COP30. O grupo apresentou projetos, discutiu soluções para a crise climática e entregou uma carta com reivindicações ao presidente-designado da conferência. Organizado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e parceiros, o Banzeiro saiu de Manaus no início do mês com o objetivo de garantir que a voz dos povos da floresta estivesse representada, pela primeira vez em grande número, nas negociações e discussões da COP. Para Izolena Garrido, vice-presidente da FAS, a expedição se consolidou como uma experiência transformadora, especialmente para quem participou pela primeira vez de uma conferência climática. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp “Essa vinda aqui no Banzeiro da Esperança, com esse projeto feito a tantas mãos, oportunizou pela primeira vez a muitos a chance de estar numa COP, dar a oportunidade da voz deles, serem protagonistas”, afirmou. Ela destacou que o barco se tornou um ambiente de imersão e troca entre diferentes territórios amazônicos. “Foi como um grande laboratório de conhecimento. Tivemos muitas vozes potentes e tenho certeza de que cada um vai voltar transformado, assim como eu. Cuidar da floresta é cuidar de quem cuida dela, e isso inclui reconhecer o protagonismo dessas pessoas”, disse. Izolena reforçou ainda que a iniciativa deve se tornar permanente. “Tenho certeza que vai virar um grande programa de conexão de povos da floresta através das águas e das pessoas”, completou. Representante do povo Kambeba apresenta projeto na COP30 Grupo de povos da Amazônia entrega carta de demandas ao presidente-designado da conferência climática. Patrick Marques, g1 AM Indígena do povo Kambeba e morador de Coari, no interior do Amazonas, Edson Kambeba foi um dos participantes selecionados para apresentar um plano de adaptação climática construído com sua comunidade. Ele explicou que o processo começou meses antes da viagem, com oficinas e escutas em 34 comunidades e 50 localidades da região. “Realizamos três dias de escuta, coletamos vídeos, áudios, transcrevemos tudo e construímos um projeto. Foram mais de 100 propostas e apenas dez foram selecionadas. Eu fui escolhido para trazer essa proposta aqui para a COP”, contou. Segundo ele, o treinamento a bordo também foi decisivo. “Aprendemos como vender o projeto, negociar, fazer gestão financeira. Fizemos apresentações de 5 minutos, de 90 segundos. Isso ajudou muito”, disse. Edson apresentou o plano à ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e destacou a responsabilidade de representar sua região em um evento global. “É minha primeira vez numa COP. Nunca tinha saído do território. Me sinto honrado e com uma grande responsabilidade. Não é só falar, é praticar no território”, afirmou. O projeto prevê ações de educação ambiental, monitoramento comunitário, formação de agentes ambientais e comunicadores, além de equipamentos para combater pesca ilegal. “Nós somos a resposta para o problema climático, não fomos nós que causamos. Saio daqui com uma carga de conhecimento e responsabilidade para implementar esse projeto a partir de 2026”, declarou. Visibilidade aos povos da floresta Responsável pela formação dos Guardiões da Floresta durante a expedição, o supervisor de projetos da FAS, Enock Ventura, afirmou que o encerramento deixa a equipe com a sensação de missão cumprida. “O sentimento é de dever cumprido e gratidão. Eles confiaram na gente, deixaram suas casas por quase um mês, e estamos voltando com a sensação de que deu tudo certo”, disse. Enock destacou que o principal objetivo — ampliar a visibilidade da voz dos povos da floresta — foi alcançado. “A carta foi entregue ao presidente da COP e os planos construídos pelas comunidades apresentaram soluções reais para a crise climática. Estamos terminando com chave de ouro e muito felizes com o resultado”, afirmou. Participantes destacam experiência transformadora e aprendizado durante o Banzeiro da Esperança. Patrick Marques, g1 AM Banzeiro da Esperança tem show cultural com Éder do Acordeon em Belém

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/11/20/banzeiro-da-esperanca-encerra-expedicao-apos-20-dias-e-entrega-propostas-de-comunidades-a-cop30.ghtml


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