Após operação contra garimpo, Humaitá deve ganhar delegacia da PF para combate a crimes ambientais
19/09/2025
(Foto: Reprodução) Dragas destruídas no 2° dia da operação Boiúna contra o garimpo ilegal no sul do Amazonas
Divulgação/PF
Após receber a Operação Boiúna, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta semana, o município de Humaitá, no Amazonas, deve ganhar uma delegacia própria para repressão de crimes ambientais. A informação foi confirmada com exclusividade à Rede Amazônica pelo coordenador do Centro de Cooperação de Polícia Internacional da Amazônia (CCPI/Amazônia) Paulo Henrique Oliveira.
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A nova unidade já recebeu autorização para ser instalada na cidade e atualmente passa pela fase de implantação. A previsão é de que a delegacia seja inaugurada no primeiro semestre de 2026.
O objetivo da nova delegacia é fazer com que ações de repressão a crimes ambientais na região deixem de ser pontuais e ocorram regularmente.
Segundo Oliveira, o município localizado às margens do Rio Madeira é historicamente uma região em que há muitos crimes ambientais, em especial a atividade garimpeira.
"E há muito tempo não se tem notícia de qualquer autorização pra extração mineral naquela região", afirma.
Operação Boiúna
Deflagrada na segunda-feira (16), a Operação Boiúna acontece no leito do Rio Madeira, nos municípios de Humaitá e Manicoré, no Amazonas, além de Rondônia. Segundo o coordenador do CCPI, mais de 200 dragas usadas por garimpeiros ilegais já foram destruídas até quinta-feira (18).
As dragas usadas no garimpo são equipamentos flutuantes que servem para extrair minerais, principalmente ouro, de rios e leitos submersos. Elas funcionam como grandes aspiradores ou escavadeiras aquáticas.
"Estima-se, só com relação as dragas, um prejuízo de mais de R$ 18 milhões. Agora nessa fase estamos mensurando os danos ambientais causados por essas dragas e também passando a fazer o atendimento a trabalhadores que são encontrados nesses locais, muitas vezes submetidos a condições insalubres", diz Oliveira.
Vídeos obtidos pelo g1 mostram a destruição de dragas de garimpo ilegal na orla de Humaitá. Veja abaixo.
A destruição das balsas provocou protestos em Humaitá. Garimpeiros se reuniram na sede do município contra a ação e houve confronto com policiais.
Na terça-feira (16), a prefeitura de Humaitá chegou a suspender as aulas e paralisou os serviços públicos devido à nova possibilidade de conflitos entre garimpeiros e agentes das forças de segurança.
Sobe para 98 o número de dragas destruídas em operação da PF contra garimpo ilegal no Amaz